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Escrita Cuneiforme Suméria: Origens e Legado

A escrita suméria refere-se ao sistema de escrita utilizado pelos antigos sumérios na Mesopotâmia, datando aproximadamente do final do 4º milênio a.C. até o final do 2º milênio a.C. Ela é reconhecida como uma das mais antigas formas de escrita conhecidas, antecedendo sistemas como o hieroglífico egípcio e o cuneiforme acádio.

História e Desenvolvimento

A civilização suméria, localizada no sul da Mesopotâmia, atual Iraque, foi uma das primeiras a desenvolver uma forma estruturada de escrita para registrar informações, leis, transações comerciais, e questões religiosas. Inicialmente, os sumérios usavam pictogramas simples para representar objetos do mundo real, como animais e ferramentas, em tabletes de argila. Esses pictogramas evoluíram para símbolos mais abstratos, conhecidos como sinais cuneiformes, que podiam expressar não apenas objetos, mas também ideias abstratas e sons da fala.

O termo “cuneiforme” deriva do latim “cuneus” (cunha) e “forma” (formato), devido ao fato de que os sinais eram geralmente feitos com uma cana afiada em tabuletas de argila, formando cunhas ou formas triangulares. Este método de escrita permitiu uma maior flexibilidade e precisão na transmissão de informações complexas, adaptando-se ao longo do tempo para refletir não apenas a língua suméria, mas também outras línguas da região, como o acádio.

Estrutura e Funcionamento

A escrita cuneiforme suméria era composta por centenas de sinais individuais, cada um representando uma sílaba ou um som específico. Inicialmente, esses sinais eram utilizados para representar objetos ou conceitos específicos, mas ao longo do tempo, alguns sinais adquiriram valores fonéticos, permitindo a escrita de sílabas e palavras completas. Esta combinação de logogramas (sinais que representam palavras ou conceitos inteiros) e fonogramas (sinais que representam sons) tornou a escrita cuneiforme suméria altamente versátil.

Os escribas sumérios eram treinados durante anos para dominar este complexo sistema de escrita. Eles registravam desde transações comerciais até hinos religiosos, leis, tratados e mitos em tabletes de argila que eram posteriormente secos ao sol ou cozidos para preservação. A escrita cuneiforme não se limitava apenas à suméria; foi adotada e adaptada por outras culturas na Mesopotâmia, como os acádios, babilônios e assírios ao longo dos séculos.

Importância Cultural e Legado

A escrita suméria desempenhou um papel crucial no desenvolvimento cultural, político e religioso da Mesopotâmia antiga. Ela permitiu a transmissão de conhecimentos e tradições ao longo das gerações, além de facilitar o comércio e a administração dos primeiros impérios da história. A capacidade de registrar leis e contratos em escrita cuneiforme contribuiu para o desenvolvimento de sistemas legais mais complexos e para o estabelecimento de uma ordem social mais estruturada.

Além disso, os textos religiosos sumérios, como o épico de Gilgamesh, foram preservados em tabletes de argila inscritos em cuneiforme. Esses registros fornecem uma visão única das crenças religiosas, mitologia e práticas espirituais dos antigos sumérios, influenciando profundamente as tradições religiosas subsequentes na região.

Decifração e Estudo Moderno

A escrita cuneiforme suméria foi decifrada no século XIX por estudiosos como Henry Rawlinson, através da comparação de inscrições babilônicas e assírias que ainda eram compreensíveis em seu próprio tempo. Esta descoberta abriu uma janela para o mundo da antiga Mesopotâmia, permitindo o estudo detalhado de suas línguas, literatura, história e cultura.

Hoje, a escrita suméria continua a fascinar arqueólogos, linguistas e historiadores, oferecendo insights fundamentais sobre as origens da escrita e seu impacto na civilização humana. Os textos cuneiformes são estudados não apenas por seu conteúdo histórico e literário, mas também por sua importância na preservação da memória coletiva de uma das

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