Cirurgia Geral

Sintomas da Fístula Vesical

Sintomas do Fístula Vesical: Causas, Diagnóstico e Tratamento

A fístula vesical, também conhecida como fístula da bexiga urinária, é uma condição médica que envolve a formação de uma abertura anormal entre a bexiga urinária e outras partes do corpo, como a vagina, o reto ou a pele. Esse tipo de anormalidade pode resultar em diversos sintomas desconfortáveis e, em alguns casos, graves, afetando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Neste artigo, abordaremos os sintomas mais comuns dessa condição, suas causas, o diagnóstico médico e as opções de tratamento disponíveis para aqueles que sofrem desse problema.

O que é uma Fístula Vesical?

A fístula vesical ocorre quando há uma comunicação anormal entre a bexiga urinária e outra estrutura adjacente, frequentemente resultante de um processo inflamatório, infeccioso ou cirúrgico. Quando a fístula se forma entre a bexiga e a vagina, ela é chamada de fístula vesicovaginal. Se for entre a bexiga e o reto, é conhecida como fístula vesicoretal. Essas condições podem levar à perda involuntária de urina, infecções frequentes e outros sintomas debilitantes.

Causas da Fístula Vesical

A formação de uma fístula vesical pode ser desencadeada por uma série de fatores, sendo as principais causas:

  1. Parto traumático: Em mulheres, o parto complicado, especialmente os partos assistidos com o uso de fórceps ou cesariana, pode causar danos à bexiga ou aos tecidos circundantes, resultando em uma fístula.

  2. Cirurgia pélvica: Procedimentos cirúrgicos, como a remoção do útero (histerectomia), podem inadvertidamente danificar os órgãos adjacentes, incluindo a bexiga, causando uma fístula.

  3. Radioterapia: O tratamento com radiação para câncer pélvico, como câncer cervical, retal ou uterino, pode enfraquecer os tecidos da bexiga e provocar o desenvolvimento de uma fístula.

  4. Infecções crônicas ou abscessos: Infecções graves ou abscessos na região pélvica podem formar cavidades que se comunicam com a bexiga, resultando em fístulas.

  5. Doenças inflamatórias crônicas: Condições como doença de Crohn, que afeta o trato gastrointestinal, ou a doença diverticular, que pode afetar o cólon, podem contribuir para a formação de fístulas entre a bexiga e o trato digestivo.

  6. Acidentes traumáticos: Lesões graves, como fraturas pélvicas, podem afetar a bexiga, levando ao desenvolvimento de fístulas.

Sintomas da Fístula Vesical

Os sintomas de uma fístula vesical variam dependendo da localização e da gravidade da fístula. No entanto, os sinais e sintomas mais comuns incluem:

1. Incontinência urinária

A perda involuntária de urina é o sintoma mais frequente e indicativo de fístula vesical. A urina pode vazar de maneira constante ou ocorrer apenas em momentos específicos, como ao tossir, espirrar ou durante o esforço físico. Quando a fístula se forma entre a bexiga e a vagina (fístula vesicovaginal), as mulheres podem perceber a perda de urina através da vagina.

2. Infecções urinárias recorrentes

As fístulas vesicais são frequentemente associadas a infecções urinárias de repetição. Isso ocorre porque a comunicação anormal entre a bexiga e outras partes do corpo cria um ambiente propício para a proliferação bacteriana, levando a cistites e outras complicações infecciosas.

3. Dor pélvica e abdominal

Pacientes com fístulas vesicais podem apresentar dor localizada na região pélvica ou abdominal, especialmente se houver infecção ou inflamação associada à fístula. A dor pode variar em intensidade, dependendo da gravidade da condição.

4. Passagem de ar ou fezes na urina

No caso de fístulas vesicoretais, onde há uma comunicação anormal entre a bexiga e o reto, pode ocorrer a passagem de ar ou até fezes pela urina, um sintoma que é tanto desconfortável quanto indicativo da presença de uma fístula.

5. Odor desagradável

A presença de uma fístula também pode resultar em um odor desagradável devido ao vazamento contínuo de urina para outras partes do corpo, como a vagina ou a pele. A urina estagnada pode criar um ambiente propício para o crescimento de bactérias, contribuindo para o mau cheiro.

6. Dificuldade para urinar

Embora o vazamento involuntário de urina seja o sintoma mais comum, alguns pacientes também relatam dificuldades para urinar, especialmente se a fístula estiver obstruindo parcialmente a passagem de urina. Esse sintoma é menos frequente, mas pode ocorrer em casos graves.

7. Sintomas relacionados à formação de abscessos

Em casos mais graves, onde a fístula está associada a infecções ou inflamações persistentes, pode ocorrer a formação de abscessos, resultando em sintomas como febre, calafrios, e aumento da dor abdominal ou pélvica.

Diagnóstico da Fístula Vesical

O diagnóstico precoce de uma fístula vesical é fundamental para evitar complicações graves, como infecções crônicas ou danos aos órgãos afetados. O processo de diagnóstico geralmente envolve uma combinação de:

  1. Histórico médico e exame físico: O médico começará a investigação perguntando sobre os sintomas do paciente e realizando um exame físico detalhado. No caso de mulheres com suspeita de fístula vesicovaginal, o exame pélvico pode ser essencial para identificar sinais de vazamento urinário.

  2. Cistoscopia: A cistoscopia é um exame endoscópico no qual um tubo fino com uma câmera é inserido na bexiga para visualizar diretamente a área e identificar a presença de uma fístula.

  3. Urografia: Este exame envolve a introdução de contraste na bexiga para avaliar a anatomia da bexiga e as possíveis fístulas. A urografia pode ser útil para localizar e mapear a comunicação anormal.

  4. Exames de imagem: Em alguns casos, exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM), podem ser usados para avaliar as estruturas adjacentes e identificar fístulas complicadas ou ocultas.

  5. Teste de pingos de urina: Um teste simples pode ser realizado para verificar se há presença de urina saindo através da vagina ou de outra abertura anormal. Esse teste envolve a aplicação de um corante na urina do paciente e a observação do vazamento.

Tratamento da Fístula Vesical

O tratamento da fístula vesical depende de vários fatores, incluindo o tamanho, a localização da fístula e a causa subjacente. As opções incluem:

  1. Tratamento conservador: Para fístulas pequenas ou aquelas causadas por infecções, o tratamento pode ser conservador. O uso de antibióticos pode ser indicado para controlar infecções urinárias recorrentes, enquanto o acompanhamento médico regular é necessário para monitorar a condição.

  2. Tratamento cirúrgico: Em muitos casos, a cirurgia é necessária para corrigir a fístula. A abordagem cirúrgica pode envolver a remoção de tecido danificado e o fechamento da fístula, com a reconstrução da bexiga ou da área afetada. A cirurgia pode ser realizada por via aberta ou por técnicas minimamente invasivas, como a laparoscopia.

  3. Cuidados pós-operatórios: Após a cirurgia, o paciente pode precisar de cuidados intensivos para evitar infecções e garantir a cicatrização adequada. Isso pode incluir o uso de cateteres temporários ou drenagem, bem como terapia antibiótica.

  4. Tratamento de complicações: Em alguns casos, podem surgir complicações, como infecções persistentes ou a recorrência da fístula. O tratamento de tais complicações pode envolver uma abordagem mais agressiva ou o ajuste da terapia cirúrgica.

Conclusão

A fístula vesical é uma condição séria que pode afetar a qualidade de vida de pacientes, causando sintomas desconfortáveis como incontinência urinária, infecções recorrentes e dor pélvica. A identificação precoce dos sintomas e um diagnóstico preciso são cruciais para garantir o tratamento adequado. Com o avanço das técnicas médicas e cirúrgicas, a maioria dos pacientes pode se recuperar completamente e levar uma vida normal após o tratamento da fístula vesical.

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