A cor azul do céu é um fenômeno óptico resultante da dispersão da luz solar pelas partículas de gás e de poeira presentes na atmosfera da Terra. Esse processo é conhecido como dispersão Rayleigh, em homenagem ao físico britânico Lord Rayleigh, que foi o primeiro a descrever cientificamente esse fenômeno no século XIX.
Quando a luz do Sol atinge a atmosfera terrestre, ela é composta por diferentes comprimentos de onda, que correspondem às cores do espectro visível: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. Cada uma dessas cores possui um comprimento de onda específico.
A atmosfera da Terra é composta principalmente de nitrogênio e oxigênio, que são moléculas muito menores do que o comprimento de onda da luz visível. Quando a luz do Sol interage com essas moléculas, ela é dispersa em todas as direções. No entanto, as cores com comprimentos de onda menores, como o azul e o violeta, são dispersas mais do que as cores com comprimentos de onda maiores, como o vermelho e o laranja.
Isso ocorre porque a dispersão Rayleigh é mais eficiente para comprimentos de onda menores. As moléculas de nitrogênio e oxigênio na atmosfera têm dimensões semelhantes ao comprimento de onda da luz azul, o que faz com que essa cor seja dispersa em todas as direções com maior intensidade do que as outras cores do espectro visível.
Como resultado, quando olhamos para o céu durante o dia, vemos a luz azul dispersa dominando, dando à atmosfera uma tonalidade azul. É importante ressaltar que essa dispersão é mais eficaz em ângulos retos em relação à fonte de luz, o que explica por que o céu parece mais azul diretamente acima de nós.
À medida que o Sol se põe no horizonte, a luz solar precisa atravessar uma camada mais espessa da atmosfera terrestre. Isso faz com que as cores com comprimentos de onda mais curtos, como o azul e o violeta, sejam dispersas ainda mais, deixando predominar as cores com comprimentos de onda mais longos, como o vermelho e o laranja. É por isso que vemos o céu adquirindo tons de vermelho, laranja e rosa durante o pôr do sol.
Em resumo, a cor azul do céu durante o dia é resultado da dispersão da luz solar pelas moléculas de gás e poeira na atmosfera terrestre, um fenômeno conhecido como dispersão Rayleigh. Esse processo faz com que a luz azul seja dispersa mais do que outras cores do espectro visível, criando a aparência característica do céu diurno.
“Mais Informações”

Além da dispersão Rayleigh, outros fatores também contribuem para a cor azul do céu, proporcionando uma compreensão mais completa desse fenômeno fascinante.
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Composição da Atmosfera: Embora a dispersão Rayleigh seja o principal motivo para a cor azul do céu, a composição específica da atmosfera terrestre desempenha um papel importante. A Terra possui uma atmosfera composta principalmente de nitrogênio (cerca de 78%) e oxigênio (cerca de 21%), com pequenas quantidades de outros gases, como argônio, dióxido de carbono e vapor d’água. A interação da luz solar com esses gases contribui para o processo de dispersão que resulta na cor azul do céu.
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Altitude do Observador: A cor do céu pode variar ligeiramente dependendo da altitude do observador. Em altitudes mais elevadas, onde a atmosfera é mais rarefeita, a dispersão da luz azul pode ser menos intensa, resultando em um céu com uma tonalidade ligeiramente mais escura ou até mesmo negra. No entanto, esse efeito geralmente é mais evidente em altitudes extremas, como em aviões ou em observatórios de alta montanha.
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Condições Atmosféricas: As condições meteorológicas, como a presença de nuvens, poeira, poluição atmosférica e umidade, também podem influenciar a cor do céu. Por exemplo, a presença de nuvens espessas pode bloquear parte da luz solar, alterando a quantidade e a distribuição das cores no céu. Da mesma forma, a poluição atmosférica pode filtrar certas cores e afetar a aparência geral do céu.
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Cores do Crepúsculo: Além da cor azul do céu durante o dia, os períodos do amanhecer e do anoitecer também apresentam uma variedade de cores impressionantes. Durante o amanhecer e o entardecer, o Sol está localizado abaixo do horizonte, e a luz solar precisa viajar através de uma camada atmosférica mais espessa antes de alcançar o observador. Isso resulta em um espalhamento ainda maior das cores com comprimentos de onda mais curtos, como o azul e o violeta, enquanto as cores com comprimentos de onda mais longos, como o vermelho e o laranja, dominam o céu.
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Cores do Céu em Outros Planetas: Embora a cor azul do céu seja característica da Terra devido à sua atmosfera específica e à dispersão Rayleigh, outros planetas do sistema solar apresentam céus com cores diferentes. Por exemplo, em Marte, a presença de poeira fina na atmosfera resulta em um céu predominantemente rosado durante o dia. Em Vênus, a densa atmosfera composta principalmente de dióxido de carbono causa um efeito estufa extremo e um céu permanentemente encoberto por nuvens espessas de ácido sulfúrico.
Em síntese, a cor azul do céu durante o dia é um fenômeno complexo influenciado pela dispersão Rayleigh da luz solar pelas moléculas de gás e poeira na atmosfera terrestre, juntamente com outros fatores como a composição atmosférica, a altitude do observador, as condições meteorológicas e as cores características dos períodos do amanhecer e do entardecer. Essa combinação de elementos cria um espetáculo natural único e fascinante que tem cativado a humanidade ao longo da história.

