O Número de Países Muçulmanos no Mundo: Uma Análise Abrangente
A diversidade religiosa e cultural que caracteriza o mundo contemporâneo é um reflexo das várias crenças e tradições que coexistem em diferentes partes do globo. Entre essas crenças, o Islã ocupa uma posição de destaque, com mais de 1,8 bilhão de seguidores espalhados por todos os continentes. A religião muçulmana, baseada nos ensinamentos do Alcorão e nas tradições do Profeta Maomé, representa uma das maiores religiões do mundo. Neste contexto, surge a questão: quantos países muçulmanos existem no mundo? Para responder a essa pergunta, é importante analisar diversos fatores, incluindo definições, características geográficas e políticas, e a influência do Islã em diferentes países.
Definição de “País Islâmico”
Antes de responder à pergunta sobre o número de países muçulmanos, é fundamental esclarecer o que significa ser um “país islâmico”. Em um sentido amplo, um país islâmico é aquele em que a maioria de sua população segue a religião muçulmana, ou onde o Islã tem uma grande influência sobre as instituições políticas, sociais e culturais. Contudo, a definição de um país islâmico pode variar dependendo de como a religião é integrada ao sistema político de cada nação. Existem dois principais critérios para classificar um país como islâmico:
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Demografia Religiosa: Países onde a maior parte da população é muçulmana, ou seja, aqueles onde o Islã é a religião predominante. Estes países podem ser classificados como “muçulmanos” com base em sua população, que segue as práticas islâmicas de fé.
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Governança Islâmica: Em alguns casos, um país é considerado islâmico não apenas pela sua população, mas também porque adota a Lei Sharia (lei islâmica) como parte do seu sistema legal ou como um princípio orientador do governo. Isso inclui países onde a Constituição ou as leis nacionais reconhecem o Islã como a religião oficial ou o fundamentam na doutrina islâmica.
Países Muçulmanos no Mundo
De acordo com a Organização da Cooperação Islâmica (OCI), que é uma instituição internacional composta por países com grandes populações muçulmanas, existem atualmente 57 estados-membros. A OCI foi criada em 1969 para promover a unidade e cooperação entre as nações muçulmanas em questões políticas, econômicas e sociais. Contudo, nem todos os países membros da OCI têm a mesma estrutura política ou grau de “islâmico” em sua governança. Alguns desses países têm uma forte influência islâmica em seu governo e sociedade, enquanto outros mantêm uma separação mais clara entre religião e política.
Lista de Países Muçulmanos
Abaixo está uma lista abrangente de países em que o Islã é a religião predominante ou tem um papel central na política e cultura:
- Afeganistão
- Arábia Saudita
- Argélia
- Azerbaijão
- Bahrein
- Bangladesh
- Brunei
- Burkina Faso
- Camarões
- Chade
- Comores
- Djibuti
- Egito
- Emirados Árabes Unidos
- Equatorial Guiné
- Indonésia
- Irã
- Iraque
- Jordânia
- Koweit
- Líbano
- Líbia
- Malásia
- Maldivas
- Mali
- Mauritânia
- Marrocos
- Maurícias
- Níger
- Omã
- Paquistão
- Palestina
- Qatar
- República Centro-Africana
- República do Congo
- Senegal
- Somália
- Sudão
- Síria
- Tadjiquistão
- Tunísia
- Turquia
- Uzbequistão
- Iémen
- Kuwait
- Jordânia
- Afeganistão
- Benin
- Guiné
- Malaui
Esta lista inclui países de todas as regiões do mundo, desde o Oriente Médio até a Ásia, África e até mesmo algumas partes da Europa. Cada um desses países tem uma relação única com o Islã, que pode variar de uma forte adesão à Lei Sharia, como é o caso da Arábia Saudita e do Irã, até uma prática do Islã mais secularizada, como no caso da Turquia.
A Influência do Islã nas Estruturas Políticas
É importante compreender que a influência do Islã nas estruturas políticas de cada país pode ser muito diversa. Em países como a Arábia Saudita, o Islã é a base da governança. O sistema jurídico saudita é amplamente baseado na Lei Sharia, e o próprio rei é considerado o Guardião das Duas Mesquitas Sagradas, uma posição com forte conotação religiosa. Por outro lado, em países como a Turquia e a Tunísia, o Islã tem uma presença cultural significativa, mas o Estado é laico, ou seja, a religião e a política são mantidas separadas, com a Constituição garantindo liberdade religiosa.
A Diversidade no Mundo Muçulmano
Embora a maioria dos países islâmicos compartilhem uma fé comum, há uma grande diversidade dentro do mundo muçulmano, tanto em termos de práticas religiosas quanto de interpretações do Islã. A divisão mais significativa dentro do Islã é entre sunitas e xiitas, com os sunitas representando a maioria esmagadora dos muçulmanos no mundo. No entanto, existem significativas comunidades xiitas, especialmente no Irã, no Iraque, no Bahrein e no Líbano. Além disso, as práticas culturais e sociais variam amplamente de país para país, com diferentes tradições e abordagens do Islã sendo observadas.
Tabela 1: Distribuição de Muçulmanos por Continente
Continente | Número Estimado de Muçulmanos (em bilhões) | Percentagem da População Muçulmana |
---|---|---|
Ásia | 1,1 | 60% |
África | 0,4 | 25% |
Europa | 0,04 | 10% |
América Latina | 0,02 | 4% |
Oceania | 0,01 | 1% |
A Ásia concentra a maior parte da população muçulmana, com países como Indonésia, Paquistão, Índia e Bangladesh, enquanto a África tem uma grande concentração de muçulmanos no norte e no oeste do continente, como no Egito, na Nigéria e no Senegal.
O Islã na Geopolítica Internacional
A presença de uma grande população muçulmana tem implicações políticas e geopolíticas, tanto para os países islâmicos quanto para o resto do mundo. No Oriente Médio, por exemplo, a rivalidade histórica entre sunitas e xiitas tem sido uma das principais fontes de tensão, afetando a política e as relações internacionais. Países como o Irã, predominantemente xiita, e a Arábia Saudita, predominantemente sunita, têm interesses frequentemente conflitantes em várias partes do mundo, especialmente no Iémen e na Síria.
Além disso, o papel das organizações internacionais, como a Organização da Cooperação Islâmica (OCI) e a Liga Árabe, também é crucial na coordenação das ações políticas e econômicas entre os países muçulmanos. Essas organizações buscam promover a solidariedade entre os estados islâmicos, enfrentando desafios comuns, como o combate ao extremismo, a promoção do desenvolvimento econômico e a proteção da identidade cultural islâmica.
Conclusão
O número de países islâmicos no mundo pode ser estimado em cerca de 57, de acordo com a Organização da Cooperação Islâmica, mas é importante lembrar que a definição de “país islâmico” pode variar dependendo da perspectiva adotada. Enquanto alguns países adotam o Islã como religião oficial e base para suas políticas, outros têm uma relação mais secular com a religião, mantendo a separação entre religião e governo. O Islã é, sem dúvida, uma das religiões mais influentes e amplamente praticadas no mundo, e sua presença em diferentes partes do planeta molda não apenas as esferas religiosas e culturais, mas também as políticas e as relações internacionais.
Com uma diversidade de práticas e crenças, os países muçulmanos continuam a desempenhar um papel vital nas questões globais, desde o combate ao extremismo até o desenvolvimento de soluções para os desafios econômicos e sociais que afetam suas populações.