Saúde fetal

Morte Fetal Intrauterina: Sintomas e Diagnóstico

Como Identificar a Morte do Feto: Causas, Sintomas e Diagnóstico

A perda gestacional é uma experiência dolorosa e angustiante para muitas mulheres, que pode ocorrer de diversas formas ao longo da gestação. Entre as situações mais desafiadoras está a morte fetal intrauterina, quando o feto morre dentro do útero, antes do parto. Esse tipo de evento pode acontecer por uma série de razões médicas e, muitas vezes, as gestantes não percebem imediatamente os sinais de que o feto faleceu. Neste artigo, exploraremos os principais sintomas que indicam a morte do feto, as possíveis causas desse ocorrido, o diagnóstico médico e as opções de manejo para lidar com essa situação.

O Que é a Morte Fetal Intrauterina?

A morte fetal intrauterina (MFIU) refere-se à morte de um feto que ocorre após a 20ª semana de gestação e antes do nascimento. É uma situação rara, mas devastadora, que pode ser causada por vários fatores, desde complicações de saúde da mãe até problemas no desenvolvimento do feto. Estima-se que entre 1 a 2% das gestações resultem em morte fetal intrauterina, e os fatores de risco podem variar de acordo com a saúde da gestante, o acompanhamento médico durante a gravidez, entre outros aspectos.

Causas Comuns da Morte Fetal Intrauterina

A morte do feto pode ocorrer devido a uma série de condições médicas, tanto na mãe quanto no próprio feto. Algumas das causas mais comuns incluem:

  1. Problemas na Placenta:
    A placenta é fundamental para o fornecimento de nutrientes e oxigênio ao feto. Problemas com a placenta, como descolamento prematuro da placenta (quando a placenta se separa da parede uterina), insuficiência placentária ou placenta prévia (quando a placenta cobre o colo do útero) podem interromper esse fornecimento, levando à morte fetal.

  2. Infecções:
    Infecções graves, como sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus ou infecção do trato urinário, podem prejudicar o feto, levando à morte intrauterina. Infecções bacterianas ou virais podem atravessar a placenta e afetar o desenvolvimento fetal.

  3. Distúrbios Genéticos:
    Alterações cromossômicas no feto, como a síndrome de Down ou outras condições genéticas, podem resultar em anomalias graves, que podem levar à morte fetal intrauterina. Muitas vezes, essas condições são detectadas por meio de exames de ultrassonografia e testes genéticos.

  4. Hipertensão e Pré-eclâmpsia:
    A hipertensão gestacional e a pré-eclâmpsia, que são condições relacionadas ao aumento da pressão arterial durante a gravidez, podem afetar o fluxo sanguíneo para o feto e aumentar o risco de morte fetal. A pré-eclâmpsia é caracterizada por pressão arterial elevada, proteína na urina e inchaço excessivo, podendo causar sérios problemas para a mãe e o bebê.

  5. Doenças Crônicas da Mãe:
    Condições médicas preexistentes da mãe, como diabetes mellitus, doenças cardíacas, doenças autoimunes ou doenças renais, podem aumentar o risco de complicações que afetam a saúde fetal. O controle inadequado dessas condições pode levar à morte fetal.

  6. Fatores de Estilo de Vida:
    O uso de substâncias como tabaco, álcool ou drogas ilícitas durante a gestação pode causar sérios danos ao feto e aumentar o risco de morte intrauterina. Além disso, gestantes com sobrepeso ou obesidade têm um risco maior de complicações durante a gravidez.

  7. Complicações do Cordão Umbilical:
    Problemas com o cordão umbilical, como torções, nós ou compressão, podem interromper o fluxo de oxigênio para o feto, resultando em morte fetal. Essas complicações podem ser difíceis de detectar sem exames específicos.

Sintomas de Morte Fetal Intrauterina

Identificar a morte fetal pode ser difícil, especialmente no início, quando não há sinais óbvios. No entanto, existem alguns sintomas e sinais que podem indicar que o feto não está mais vivo no útero. Os sinais mais comuns incluem:

  1. Ausência de Movimentos Fetais:
    A ausência de movimentos fetais é o sintoma mais comum e frequentemente o primeiro sinal que leva a gestante a suspeitar da morte do feto. Durante a gestação, o feto normalmente começa a se mover entre a 20ª e a 24ª semana. A diminuição ou cessação dos movimentos pode ser um indicativo de que o feto não está mais vivo.

  2. Perda de Batimento Cardíaco Fetal:
    Os batimentos cardíacos do feto podem ser ouvidos durante os exames de ultrassonografia ou com o uso de um Doppler. A ausência de batimentos cardíacos em exames de rotina pode ser uma indicação clara de que a morte fetal ocorreu.

  3. Sangramento Vaginal ou Fluído Amniótico Anormal:
    Em alguns casos, a morte fetal pode ser acompanhada por sangramentos vaginais ou alterações no fluido amniótico. Embora esses sintomas também possam ocorrer em outros tipos de complicações, a presença de sangue ou fluído anormal pode ser um alerta para a morte fetal.

  4. Desaparecimento de Sintomas de Gravidez:
    Em algumas situações, a morte fetal pode ser acompanhada por uma súbita redução nos sintomas típicos da gravidez, como náuseas, cansaço e sensibilidade nos seios. Embora esses sintomas possam desaparecer em algumas gestações sem ser uma complicação, a súbita perda de sintomas pode ser motivo de preocupação.

Como é Feito o Diagnóstico da Morte Fetal Intrauterina?

Quando há suspeita de morte fetal, o diagnóstico é confirmado através de exames médicos especializados. Alguns dos principais exames realizados incluem:

  1. Ultrassonografia Obstétrica:
    A ultrassonografia é o exame mais utilizado para confirmar a morte fetal. Ele permite observar a ausência de batimentos cardíacos, a falta de movimento do feto e outras anomalias que podem indicar morte intrauterina. A ultrassonografia também pode ser usada para verificar a quantidade de líquido amniótico e outros sinais de complicações.

  2. Cardiotocografia (CTG):
    Esse exame mede a atividade cardíaca do feto e pode ser usado para detectar a ausência de batimentos cardíacos. A cardiotocografia também pode ajudar a avaliar o bem-estar fetal em casos em que há preocupação com a saúde do bebê.

  3. Exames Laboratoriais:
    Testes laboratoriais podem ser realizados para verificar possíveis infecções ou outras condições médicas que possam ter causado a morte fetal.

  4. Exame Físico e Histórico Médico:
    Além dos exames de imagem e laboratoriais, o médico irá realizar uma avaliação do histórico médico da gestante e do progresso da gravidez para entender melhor os fatores que podem ter contribuído para a morte fetal.

Manejo e Tratamento Após a Morte Fetal Intrauterina

Após a confirmação da morte fetal, a gestante precisará tomar decisões sobre o tratamento. O manejo pode variar dependendo do tempo de gestação, da saúde da mãe e de outros fatores. As opções incluem:

  1. Indução do Parto:
    Em muitos casos, o parto é induzido para permitir que a gestante dê à luz ao feto falecido. A indução do parto é realizada através de medicamentos que causam contrações uterinas e facilitam o nascimento.

  2. Expectativa e Monitoramento:
    Em alguns casos, a gestante pode ser monitorada de perto e aguardar a expulsão espontânea do feto. Isso pode ser uma opção se a morte fetal ocorreu há pouco tempo e a gestante está em um estado de saúde adequado.

  3. Assistência Psicológica:
    A morte fetal é uma experiência emocionalmente devastadora, e a assistência psicológica é fundamental para ajudar a gestante e a família a lidar com a perda. O acompanhamento psicológico pode incluir terapia de luto, grupos de apoio e aconselhamento individual.

Conclusão

A morte fetal intrauterina é uma experiência profundamente dolorosa e difícil de lidar, com uma série de causas possíveis que podem variar de complicações médicas a fatores genéticos e ambientais. Detectar a morte fetal pode ser desafiador, mas os sinais, como a ausência de movimentos fetais e batimentos cardíacos, podem ajudar a identificar o problema. É essencial que as gestantes façam acompanhamento médico regular durante a gravidez para reduzir o risco de complicações e garantir a saúde tanto da mãe quanto do bebê. Quando a morte fetal ocorre, é importante contar com o apoio médico e psicológico adequado para lidar com a situação e tomar decisões informadas sobre o tratamento.

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