Pressão arterial

Medição da Pressão Arterial

Método de Medição da Pressão Arterial com Esfigmomanômetro de Mercúrio

A medição da pressão arterial é uma prática fundamental na avaliação da saúde cardiovascular. O esfigmomanômetro de mercúrio, também conhecido como manômetro de mercúrio, é um dos dispositivos mais tradicionais e precisos utilizados para esse fim. Neste artigo, abordaremos a história do esfigmomanômetro de mercúrio, sua estrutura, funcionamento, técnica de medição, interpretações dos resultados e considerações de segurança.

História do Esfigmomanômetro de Mercúrio

O esfigmomanômetro de mercúrio foi desenvolvido no final do século XIX, sendo um dos primeiros dispositivos a permitir a medição precisa da pressão arterial. O médico italiano Samuel Siegfried Karl Ritter von Basch é frequentemente creditado como o inventor do primeiro esfigmomanômetro em 1881. Desde então, o dispositivo passou por melhorias e padronizações, tornando-se um item essencial na prática médica.

Estrutura do Esfigmomanômetro de Mercúrio

O esfigmomanômetro de mercúrio é composto por três partes principais:

  1. Cuff (Braçadeira): Um manguito inflável que é colocado ao redor do braço do paciente. É geralmente feito de um material resistente, como nylon, e possui um mecanismo de fechamento que permite um ajuste seguro.

  2. Manômetro de Mercúrio: Uma coluna de mercúrio em um tubo vertical, que indica a pressão arterial em milímetros de mercúrio (mmHg). O nível do mercúrio sobe ou desce de acordo com a pressão arterial.

  3. Bulbo de Inflar: Um dispositivo manual que permite inflar a braçadeira. Geralmente, possui uma válvula para controlar a desinflação.

Funcionamento do Esfigmomanômetro de Mercúrio

A medição da pressão arterial com um esfigmomanômetro de mercúrio envolve os seguintes passos:

  1. Preparação do Paciente: O paciente deve estar relaxado e em repouso, preferencialmente sentado. O braço deve estar apoiado em uma superfície estável, na altura do coração.

  2. Colocação da Braçadeira: A braçadeira é colocada ao redor do braço, cerca de 2-3 cm acima do cotovelo. Deve estar justa, mas não apertada demais.

  3. Inflagem da Braçadeira: O bulbo de inflar é utilizado para aumentar a pressão dentro da braçadeira até que a circulação sanguínea no braço seja temporariamente interrompida. Isso é indicado pela ausência de pulso na artéria braquial.

  4. Desinflação Controlada: A válvula de desinflação é lentamente aberta para permitir que a pressão dentro da braçadeira diminua gradualmente. Durante esse processo, o médico escuta com um estetoscópio colocado sobre a artéria braquial.

  5. Leitura da Pressão Arterial: A pressão arterial é registrada em dois momentos:

    • Pressão sistólica: O primeiro som que o médico ouve indica a pressão arterial sistólica, que é o pico da pressão quando o coração se contrai.
    • Pressão diastólica: O som desaparece, indicando a pressão diastólica, que é a pressão mínima quando o coração está em repouso entre as batidas.

Interpretação dos Resultados

Os resultados da pressão arterial são geralmente expressos em dois números, por exemplo, 120/80 mmHg. O primeiro número (sistólico) representa a pressão quando o coração bate, enquanto o segundo número (diastólico) representa a pressão entre os batimentos cardíacos.

Os valores normais de pressão arterial são considerados como:

  • Normal: Menor que 120/80 mmHg
  • Elevada: 120-129/<80 mmHg
  • Hipertensão estágio 1: 130-139/80-89 mmHg
  • Hipertensão estágio 2: ≥140/≥90 mmHg

É importante observar que a hipertensão pode não apresentar sintomas evidentes, por isso a medição regular é crucial.

Considerações de Segurança

Embora o esfigmomanômetro de mercúrio seja amplamente utilizado, existem considerações de segurança que devem ser levadas em conta:

  1. Mercúrio Tóxico: O mercúrio é um material tóxico, e deve-se tomar cuidado ao manusear e descartar esfigmomanômetros que contenham mercúrio. Em muitos lugares, o uso de dispositivos digitais e aneroides está substituindo o esfigmomanômetro de mercúrio devido a preocupações ambientais e de saúde.

  2. Treinamento Adequado: Profissionais de saúde devem ser devidamente treinados na técnica de medição para garantir leituras precisas e evitar erros.

  3. Manutenção do Equipamento: O esfigmomanômetro deve ser calibrado regularmente para garantir sua precisão. Dispositivos danificados devem ser substituídos imediatamente.

Conclusão

O esfigmomanômetro de mercúrio permanece uma ferramenta valiosa na medição da pressão arterial, fornecendo dados essenciais para a avaliação da saúde cardiovascular. Apesar do avanço da tecnologia, sua precisão e eficácia ainda são altamente valorizadas. Contudo, a transição para métodos mais seguros e amigáveis ao meio ambiente é uma tendência crescente na prática médica. A compreensão adequada do funcionamento, interpretação e cuidados com o esfigmomanômetro de mercúrio é fundamental para garantir uma avaliação precisa e segura da pressão arterial.

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