A influência gravitacional da Lua e, em menor medida, do Sol, é responsável pelo fenômeno das marés, uma das características mais marcantes dos oceanos da Terra. Esse movimento periódico de ascensão e queda do nível do mar é conhecido como o ciclo das marés. A interação entre os campos gravitacionais da Lua, da Terra e do Sol cria variações na força gravitacional exercida sobre diferentes partes da Terra, o que resulta nas mudanças nas elevações das massas de água dos oceanos.
As marés altas, conhecidas como marés de preia-mar ou marés altas, ocorrem quando a força gravitacional da Lua e do Sol atua em conjunto, criando uma força de tração que causa uma elevação no nível da água. Essas marés são acompanhadas por áreas de baixa pressão atmosférica e são mais pronunciadas durante a lua cheia e a lua nova, quando a Lua, a Terra e o Sol estão alinhados em uma configuração conhecida como syzygy. Durante esses períodos, as marés podem atingir alturas excepcionais, conhecidas como marés vivas.
Por outro lado, as marés baixas, também chamadas de marés de baixa-mar ou marés baixas, ocorrem quando a força gravitacional da Lua e do Sol age em direções opostas, reduzindo a força de tração sobre a superfície da Terra. Nessas circunstâncias, o nível do mar diminui, expondo parte do leito oceânico anteriormente coberto pela água.
Além da atração gravitacional da Lua e do Sol, outros fatores influenciam as marés, como a topografia do litoral, a profundidade do oceano e a forma das massas de água. A ressonância oceânica, por exemplo, é um fenômeno no qual a forma e a profundidade de uma bacia oceânica podem amplificar as marés, resultando em marés extremamente altas em determinadas regiões costeiras.
Existem diferentes tipos de marés, dependendo da frequência e do ciclo lunar. As marés diurnas têm um ciclo de aproximadamente 24 horas e 50 minutos, correspondendo ao período de rotação da Terra em relação à Lua. As marés semidiurnas têm dois picos de alta e dois de baixa durante um período de aproximadamente 24 horas e 25 minutos, coincidindo com o período de tempo que a Lua leva para voltar à mesma posição em relação a um ponto fixo na Terra. Já as marés mistas, como o nome sugere, exibem características tanto diurnas quanto semidiurnas, dependendo da localização geográfica e das influências locais.
Além de seu impacto estético e recreativo nas áreas costeiras, as marés desempenham um papel crucial nos ecossistemas marinhos e costeiros. As mudanças no nível da água afetam a distribuição de organismos marinhos, influenciam processos de reprodução e migração, e também desempenham um papel importante na sedimentação costeira e na formação de habitats.
No entanto, as marés também podem representar desafios e riscos para as comunidades costeiras. Marés excepcionalmente altas, conhecidas como tempestades de maré ou inundações costeiras, podem resultar em danos à infraestrutura, inundações e perdas econômicas significativas. A elevação do nível do mar devido às mudanças climáticas globais aumenta a vulnerabilidade das áreas costeiras a esses eventos extremos, destacando a importância do entendimento das marés e sua gestão adequada.
Para monitorar e prever as marés, são utilizados modelos matemáticos complexos que levam em consideração uma variedade de variáveis, como a posição da Lua e do Sol, a topografia do oceano e a influência das correntes oceânicas. Estações maregráficas ao redor do mundo coletam dados sobre os níveis da água em tempo real, ajudando a fornecer informações essenciais para a navegação marítima, a gestão costeira e a prevenção de desastres naturais.
Em resumo, as marés são um fenômeno fascinante e complexo, impulsionado pela interação dinâmica entre os corpos celestes e os oceanos da Terra. Sua compreensão é fundamental para uma variedade de campos, desde a ecologia marinha até o planejamento urbano costeiro, e sua gestão adequada é essencial para mitigar os riscos associados a eventos extremos relacionados às marés.
“Mais Informações”

Claro, vou expandir ainda mais sobre o fascinante fenômeno das marés.
As marés são uma manifestação visível das interações complexas entre os corpos celestes e os oceanos da Terra. A Lua desempenha o papel dominante na geração das marés devido à sua proximidade com o nosso planeta. A força gravitacional da Lua provoca a elevação das águas do oceano em direção a ela, criando a maré alta na região mais próxima à Lua. Por outro lado, na parte oposta da Terra, uma segunda maré alta é gerada devido à força centrífuga resultante do movimento da Terra em torno do centro de massa do sistema Terra-Lua.
Além da Lua, o Sol também exerce uma influência nas marés, embora em uma escala menor em comparação com a Lua. Durante a lua cheia e a lua nova, quando a Lua, a Terra e o Sol estão alinhados, a força gravitacional combinada do Sol e da Lua resulta em marés excepcionalmente altas, conhecidas como marés vivas. Esses eventos são chamados de sizígias. Por outro lado, durante o primeiro e o último quarto lunar, quando a Lua e o Sol formam um ângulo reto em relação à Terra, as marés são menos pronunciadas devido à atenuação das forças gravitacionais.
Além das influências lunares e solares, outros fatores contribuem para a complexidade das marés. A topografia do litoral desempenha um papel crucial na determinação da amplitude e do padrão das marés em uma determinada área. As características da costa, como a presença de estuários, baías e enseadas, podem amplificar ou diminuir os efeitos das marés. Em regiões onde as ondas de maré encontram uma costa estreita e inclinada, como em estuários e baías, as marés podem ser amplificadas, resultando em marés extremas.
Além disso, a forma e a profundidade dos oceanos também influenciam as marés. Em bacias oceânicas que apresentam uma forma particular, como o Canal da Mancha, o Golfo do México e o Mar do Norte, as marés podem ser amplificadas devido à ressonância oceânica. Nesses casos, a forma e a profundidade da bacia oceânica ressoam com o período das marés, resultando em marés significativamente mais altas do que em outras regiões com características oceânicas diferentes.
As marés também desempenham um papel crucial na dinâmica costeira e nos ecossistemas marinhos. A variação do nível da água influencia a distribuição de nutrientes e sedimentos ao longo da costa, afetando a ecologia das áreas costeiras e a biodiversidade marinha. Além disso, as marés desempenham um papel fundamental na sedimentação costeira, na erosão das praias e na formação de habitats, como manguezais e estuários.
Para monitorar e prever as marés, são utilizados modelos matemáticos complexos que levam em consideração uma variedade de variáveis, como a posição da Lua e do Sol, a topografia do oceano e a influência das correntes oceânicas. Estações maregráficas ao redor do mundo coletam dados sobre os níveis da água em tempo real, fornecendo informações essenciais para a navegação marítima, a gestão costeira e a prevenção de desastres naturais.
Em resumo, as marés são um fenômeno fascinante e complexo, resultado das interações dinâmicas entre os corpos celestes e os oceanos da Terra. Sua compreensão é essencial para uma variedade de campos, desde a ecologia marinha até o planejamento urbano costeiro, e sua gestão adequada é crucial para mitigar os riscos associados a eventos extremos relacionados às marés.

