O número de camadas do envelope atmosférico da Terra, conforme estabelecido pela ciência moderna, varia dependendo do critério de classificação adotado pelos cientistas. No entanto, uma das divisões mais comuns é baseada na variação de temperatura com a altitude, resultando em quatro camadas principais: troposfera, estratosfera, mesosfera e termosfera. Cada uma dessas camadas possui características distintas em termos de temperatura, composição química, comportamento atmosférico e fenômenos associados.
A troposfera é a camada mais próxima da superfície da Terra, estendendo-se até uma altitude média de cerca de 8 a 15 quilômetros acima do nível do mar, dependendo da latitude e das condições climáticas. É a camada onde ocorre a maior parte das atividades meteorológicas e onde os seres vivos habitam. A temperatura diminui com a altitude nesta camada.
Acima da troposfera encontra-se a estratosfera, que se estende até aproximadamente 50 quilômetros de altitude. Nesta camada, a temperatura aumenta com a altitude, devido à presença da camada de ozônio, que absorve a radiação ultravioleta do Sol. A estratosfera abriga a maior parte do ozônio atmosférico e é essencial para proteger a vida na Terra dos efeitos prejudiciais da radiação ultravioleta.
A mesosfera é a terceira camada do envelope atmosférico e se estende até aproximadamente 85 quilômetros acima da superfície terrestre. Nesta camada, a temperatura novamente diminui com a altitude, alcançando as temperaturas mais baixas da atmosfera terrestre, próximas ao zero absoluto. É também na mesosfera que ocorrem os fenômenos conhecidos como “relâmpagos globais” ou “sprites”, além de ser o local onde a maioria dos meteoroides se queima ao entrar na atmosfera.
Por fim, a termosfera é a camada mais externa da atmosfera terrestre, estendendo-se até cerca de 600 quilômetros de altitude. Nesta camada, a temperatura aumenta significativamente com a altitude, devido à absorção da radiação solar pelas partículas gasosas ionizadas. A termosfera é o local onde ocorrem os fenômenos luminosos conhecidos como auroras, nos polos norte e sul da Terra, e também é onde muitos satélites artificiais orbitam.
Além dessas camadas principais, é importante mencionar a exosfera, que é a camada mais externa da atmosfera terrestre, se estendendo além da termosfera até os limites exteriores da influência gravitacional da Terra. Nesta região, a atmosfera se torna gradualmente mais tênue e se funde com o espaço interplanetário. A exosfera é caracterizada pela presença de átomos e moléculas individuais que podem viajar grandes distâncias sem colidir com outras partículas, tornando-se um ambiente propício para a movimentação de satélites e outras espaçonaves.
É importante ressaltar que a definição e classificação das camadas atmosféricas podem variar entre diferentes fontes científicas e instituições de pesquisa, sendo que algumas subdivisões e nomenclaturas alternativas podem ser propostas com base em critérios específicos de estudo ou modelagem atmosférica. No entanto, as quatro camadas principais mencionadas – troposfera, estratosfera, mesosfera e termosfera – são amplamente reconhecidas e aceitas como as principais divisões do envelope atmosférico da Terra.
“Mais Informações”
Além das camadas principais do envelope atmosférico da Terra, existem outras características e fenômenos importantes que influenciam a dinâmica atmosférica e o clima do nosso planeta. Vamos explorar alguns desses aspectos adicionais:
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Ionosfera: Esta é uma região da atmosfera terrestre localizada na parte superior da mesosfera e na termosfera, onde ocorre a ionização de átomos e moléculas devido à intensa radiação solar. A ionosfera desempenha um papel crucial na comunicação de rádio de longa distância, refletindo as ondas de rádio de volta à Terra.
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Camadas de inversão: Em certas condições atmosféricas, pode ocorrer uma inversão térmica, onde a temperatura aumenta com a altitude em vez de diminuir, contrariando a tendência normal. Isso pode levar à formação de camadas de inversão em várias altitudes na troposfera, afetando a dispersão de poluentes e influenciando o clima local.
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Camada de ozônio: Embora a camada de ozônio seja frequentemente associada à estratosfera, ela não é uma camada distinta por si só, mas sim uma região dentro da estratosfera onde a concentração de ozônio é significativamente maior. Essa camada desempenha um papel crucial na proteção da vida na Terra, filtrando a radiação ultravioleta prejudicial do Sol.
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Vento estratosférico polar: Na estratosfera, especialmente nos polos, existe um padrão de vento forte e constante conhecido como vórtice polar estratosférico. Esse fenômeno influencia a circulação atmosférica de grandes escalas e pode afetar o clima em áreas distantes.
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Cinturões de radiação: Na termosfera, existem cinturões de radiação de partículas carregadas, como prótons e elétrons, que são capturados pelo campo magnético da Terra. O cinturão de radiação Van Allen é o mais conhecido e é crucial para proteger a Terra da radiação cósmica prejudicial.
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Camada limite planetária: Esta é uma região na interface entre a superfície terrestre e a troposfera, onde a turbulência atmosférica é mais intensa devido à interação entre a atmosfera e a superfície terrestre. A camada limite planetária desempenha um papel importante na dispersão de poluentes e no transporte de calor e umidade entre a superfície e a atmosfera livre.
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Auroras: Na termosfera, próximas aos polos magnéticos, ocorrem as auroras, um espetáculo natural de luzes coloridas causadas pela interação entre partículas carregadas do vento solar e os gases atmosféricos. As auroras boreais ocorrem no polo norte, enquanto as auroras austrais ocorrem no polo sul.
Esses são apenas alguns dos aspectos adicionais do envelope atmosférico da Terra que influenciam o clima, a comunicação, a navegação e muitos outros aspectos da vida no nosso planeta. O estudo desses fenômenos e camadas atmosféricas é fundamental para entender melhor a dinâmica da atmosfera terrestre e suas interações com outros sistemas planetários.