A sinusite, frequentemente conhecida como rinossinusite, é uma inflamação que afeta os seios paranasais, cavidades aéreas localizadas dentro dos ossos do rosto, ao redor do nariz. Quando essa inflamação é causada por uma reação alérgica, temos a chamada sinusite alérgica ou, de forma mais precisa, a rinossinusite alérgica. Essa condição é bastante comum e pode causar desconforto significativo aos pacientes, influenciando negativamente a qualidade de vida.
Os Seios Paranasais e Sua Função
Antes de adentrarmos nas causas e nos mecanismos da rinossinusite alérgica, é importante entender o que são os seios paranasais e qual é sua função no organismo humano. Os seios paranasais são espaços ocos nos ossos do crânio, revestidos por uma mucosa que produz muco, uma substância pegajosa que ajuda a umedecer e filtrar o ar inalado. Esses seios são conectados às cavidades nasais por pequenos canais, permitindo que o muco drene para fora e que o ar circule livremente.
Esses espaços têm diversas funções importantes: eles ajudam a umidificar o ar que respiramos, reduzem o peso do crânio, contribuem para a ressonância da voz e atuam como uma primeira linha de defesa contra patógenos, capturando e eliminando partículas de poeira, poluentes e microrganismos através do muco.
Causas da Rinossinusite Alérgica
A rinossinusite alérgica ocorre quando a mucosa dos seios paranasais e das cavidades nasais sofre uma reação alérgica. Essa reação é desencadeada por alérgenos – substâncias que, apesar de inofensivas para a maioria das pessoas, provocam uma resposta imunológica exagerada em indivíduos sensibilizados. Quando uma pessoa alérgica inala esses alérgenos, seu sistema imunológico identifica erroneamente essas substâncias como perigosas e desencadeia uma resposta inflamatória.
Entre os alérgenos mais comuns associados à rinossinusite alérgica, destacam-se:
- Pólen: Proveniente de árvores, gramíneas e ervas daninhas, o pólen é uma causa comum de alergias sazonais, muitas vezes referida como “febre do feno”.
- Ácaros da poeira: Microrganismos que vivem em poeira doméstica e em tecidos como carpetes, cortinas e roupas de cama.
- Mofo: Fungos que liberam esporos no ar, encontrados em locais úmidos como banheiros, porões e áreas externas.
- Pelos de animais: Partículas de pele, saliva e urina de animais domésticos, como gatos e cães, podem desencadear reações alérgicas.
- Substâncias químicas: Produtos de limpeza, perfumes e outros compostos químicos também podem ser irritantes e desencadear alergias.
Mecanismos da Reação Alérgica
A reação alérgica que leva à rinossinusite começa quando o sistema imunológico de uma pessoa sensibilizada é exposto a um alérgeno. Esse alérgeno entra em contato com células imunológicas chamadas linfócitos B, que, por sua vez, produzem imunoglobulina E (IgE), um tipo de anticorpo. A IgE se liga a células conhecidas como mastócitos e basófilos, que são abundantes na mucosa dos seios paranasais e nas cavidades nasais.
Quando a pessoa é exposta ao alérgeno novamente, esses anticorpos IgE sinalizam para os mastócitos e basófilos que liberem histamina e outras substâncias inflamatórias. Essa liberação provoca dilatação dos vasos sanguíneos, aumento da permeabilidade vascular e secreção de muco, resultando nos sintomas clássicos da rinossinusite alérgica: congestão nasal, secreção nasal (coriza), espirros, coceira no nariz e nos olhos, e sensação de pressão ou dor facial.
Sintomas da Rinossinusite Alérgica
Os sintomas da rinossinusite alérgica podem variar em intensidade, desde leves a graves, e podem ocorrer de forma sazonal ou durante todo o ano, dependendo dos alérgenos envolvidos. Os principais sintomas incluem:
- Congestão nasal: Sensação de nariz entupido, dificultando a respiração.
- Coriza: Secreção nasal clara e aquosa, resultante da produção excessiva de muco.
- Espirros: Frequentemente em ataques, como resposta ao alérgeno.
- Coceira: No nariz, nos olhos, na garganta e no céu da boca.
- Dor ou pressão facial: Causada pelo bloqueio dos seios paranasais.
- Redução do olfato e do paladar: Devido à inflamação das vias aéreas superiores.
- Tosse: Frequentemente à noite, devido ao gotejamento pós-nasal, onde o muco escorre pela parte posterior da garganta.
- Fadiga: Resultado da congestão persistente e da má qualidade do sono.
Diagnóstico
O diagnóstico da rinossinusite alérgica geralmente começa com uma avaliação clínica detalhada, onde o médico coleta informações sobre os sintomas, o histórico médico e a exposição a possíveis alérgenos. Um exame físico, incluindo a observação da cavidade nasal, pode revelar sinais de inflamação, como inchaço das mucosas e presença de secreções.
Testes adicionais, como testes cutâneos de alergia (prick test) ou exames de sangue para medir os níveis de IgE específicos para determinados alérgenos, podem ser realizados para identificar as substâncias responsáveis pela reação alérgica. Em alguns casos, uma tomografia computadorizada (TC) dos seios paranasais pode ser indicada para avaliar a extensão da inflamação e descartar outras causas potenciais dos sintomas.
Tratamento da Rinossinusite Alérgica
O tratamento da rinossinusite alérgica tem como objetivo controlar os sintomas, reduzir a inflamação e minimizar a exposição aos alérgenos. As abordagens terapêuticas incluem:
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Medidas de controle ambiental: Reduzir a exposição aos alérgenos conhecidos pode ser eficaz na prevenção de sintomas. Isso inclui o uso de filtros de ar, evitar sair durante picos de pólen, manter a casa livre de poeira e mofo, e limitar o contato com animais de estimação, se necessário.
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