A temperatura mais baixa já registrada no universo é conhecida como “zero absoluto”, representado pelo valor de 0 Kelvin (0 K) ou -273,15 graus Celsius. Nesse estado, as partículas individuais de um sistema térmico param de vibrar e movimentar-se, resultando na ausência de energia térmica. Esse é o ponto onde a entropia de um sistema teoricamente alcança seu valor mínimo. O zero absoluto é uma condição hipotética e teórica, pois é impossível alcançá-lo na prática devido às leis da termodinâmica.
No entanto, no universo observável, as temperaturas mais baixas já medidas são encontradas no espaço interestelar e em laboratórios. Por exemplo, a radiação cósmica de fundo em micro-ondas (CMB), que é a radiação residual do Big Bang, tem uma temperatura média de aproximadamente 2,73 Kelvin (-270,42 graus Celsius). Essa é uma das temperaturas mais frias que podemos observar no universo.
Em laboratórios terrestres, os cientistas conseguiram criar temperaturas extremamente baixas utilizando técnicas avançadas de resfriamento. Por exemplo, utilizando métodos como a refrigeração a laser e a resfriamento evaporativo, os átomos podem ser resfriados a temperaturas da ordem de microKelvin (10^-6 Kelvin) e até mesmo nanoKelvin (10^-9 Kelvin). Essas temperaturas ultra baixas são alcançadas para estudar fenômenos quânticos e desenvolver novos materiais com propriedades únicas.
No entanto, é importante notar que essas temperaturas extremamente baixas ainda estão muito longe do zero absoluto teórico e representam os limites do que é fisicamente possível alcançar em termos de frio. O estudo das temperaturas extremamente baixas tanto no espaço quanto em laboratórios na Terra desempenha um papel crucial na compreensão dos fenômenos físicos fundamentais e no desenvolvimento de tecnologias inovadoras.
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Além das temperaturas extremamente baixas observadas no espaço interestelar e alcançadas em laboratórios terrestres, é importante destacar algumas das implicações e aplicações dessas condições de frio extremo.
No espaço interestelar, onde a densidade de matéria é muito baixa, as temperaturas podem cair para alguns Kelvin devido à ausência quase total de fontes de calor. Essas temperaturas extremamente baixas têm importantes consequências para a formação e evolução das estrelas, planetas e outras estruturas cósmicas. Por exemplo, em nuvens moleculares densas, onde novas estrelas estão se formando, as temperaturas podem cair o suficiente para permitir a condensação de materiais em grãos de poeira e eventualmente em estrelas e sistemas planetários. Portanto, entender as temperaturas no espaço é essencial para compreender os processos de formação estelar e planetária.
Nos laboratórios terrestres, o resfriamento extremo de átomos e moléculas permite o estudo de fenômenos quânticos e a criação de novos materiais com propriedades únicas. Por exemplo, a condensação de Bose-Einstein, um estado da matéria que ocorre em temperaturas muito próximas do zero absoluto, permite que os átomos se comportem como ondas quânticas e exibam comportamentos coletivos fascinantes, como a superfluidez e a supercondutividade.
A superfluidez é um fenômeno no qual a matéria flui sem qualquer resistência ao movimento, resultando em propriedades fluidas incomuns, como a capacidade de fluir através de poros extremamente pequenos sem viscosidade. Esse fenômeno foi observado em hélio líquido a temperaturas próximas do zero absoluto e tem aplicações em tecnologias de resfriamento, como a refrigeração de dispositivos eletrônicos de alta precisão.
A supercondutividade é outro fenômeno quântico que ocorre em materiais resfriados a temperaturas extremamente baixas. Em um estado supercondutor, os elétrons podem fluir através do material sem dissipar energia, resultando em uma condutividade elétrica excepcionalmente alta. Essa propriedade tem aplicações em uma ampla gama de tecnologias, incluindo sistemas de transmissão de energia, dispositivos magnéticos de levitação eletromagnética e ressonância magnética nuclear (RMN) em medicina.
Além disso, o resfriamento extremo também é utilizado em experimentos de física de partículas para criar e manipular feixes de íons e partículas subatômicas, bem como em experimentos de física de matéria condensada para investigar fenômenos como transições de fase e propriedades magnéticas de materiais.
Em resumo, as temperaturas extremamente baixas no universo observável e em laboratórios terrestres desempenham um papel fundamental na compreensão dos fenômenos físicos fundamentais e no desenvolvimento de tecnologias inovadoras. Desde a formação de estrelas e planetas no espaço até a criação de novos materiais e dispositivos quânticos na Terra, o estudo do frio extremo continua a desvendar os segredos do universo e impulsionar o progresso da ciência e da tecnologia.


