Doenças alérgicas

Causas das Alergias em Crianças

As Causas da Alergia em Crianças: Compreendendo os Fatores e Como Prevenir

A alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico a substâncias que, em circunstâncias normais, não causariam dano. Esse fenômeno ocorre quando o corpo reage de maneira desproporcional a agentes externos, como alimentos, pólen, pelos de animais ou até mesmo medicamentos. Embora as alergias possam afetar qualquer faixa etária, elas são particularmente comuns entre as crianças. Compreender as causas das alergias em crianças é crucial para o diagnóstico precoce, prevenção e tratamento adequado.

Neste artigo, abordaremos as principais causas de alergia em crianças, os fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de sensibilidades alérgicas e as maneiras de minimizar os riscos associados a essas condições.

1. Fatores Genéticos: A Hereditariedade como Principal Causa das Alergias

Um dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento de alergias em crianças é a genética. Estudos científicos demonstram que, se um ou ambos os pais têm histórico de alergias, há uma probabilidade significativamente maior de que seus filhos também apresentem alergias. Esse risco aumenta se ambos os pais forem alérgicos, com até 40% de chance de o filho desenvolver uma condição alérgica.

A predisposição genética para alergias pode se manifestar de várias formas, como rinite alérgica, asma, dermatite atópica (eczema) e alergias alimentares. Isso ocorre porque certas variantes genéticas influenciam a maneira como o sistema imunológico reage a substâncias inofensivas, como o pólen ou determinados alimentos. Embora a genética desempenhe um papel importante, ela não é a única causa. Fatores ambientais também são determinantes no desenvolvimento dessas condições.

2. Fatores Ambientais: A Exposição a Alérgenos

A exposição precoce a certos alérgenos pode desencadear ou agravar as alergias em crianças. Esses alérgenos são substâncias que provocam uma reação alérgica quando entram em contato com o organismo, incluindo:

  • Ácaros: Microscópicos, os ácaros vivem em colchões, travesseiros, tapetes e móveis estofados. Suas fezes e restos de pele são potentes alérgenos que podem causar reações alérgicas respiratórias, como a rinite e asma.

  • Pólen: Durante determinadas estações do ano, o pólen de árvores, gramas e flores pode ser um alérgeno comum. A exposição a esse pólen, especialmente em regiões com alto índice de poluição, é um fator importante na provocação de crises alérgicas sazonais.

  • Pelos de Animais: Embora os cães e gatos sejam animais de estimação populares, seus pelos e a caspa podem ser um gatilho para reações alérgicas. Além disso, proteínas presentes na saliva dos animais também podem ser alérgenos.

  • Moldes e Fungos: A umidade excessiva em ambientes internos pode propiciar o crescimento de fungos e bolores. A exposição a esses agentes pode desencadear sintomas respiratórios ou dermatológicos em crianças.

Além desses alérgenos comuns, produtos químicos presentes em detergentes, cosméticos ou outros produtos domésticos também podem ser responsáveis por alergias de contato, como a dermatite alérgica.

3. Alimentos como Causadores de Alergias em Crianças

A alergia alimentar é uma condição crescente, especialmente em crianças pequenas. Os alimentos mais comuns responsáveis por alergias incluem:

  • Leite de vaca: A alergia ao leite é uma das mais comuns entre crianças, especialmente em bebês. A proteína do leite de vaca pode ser mal interpretada pelo sistema imunológico, causando reações que vão desde urticária até dificuldades respiratórias graves.

  • Ovos: As proteínas presentes no ovo, especialmente na clara, são potentes alérgenos. Crianças com alergia ao ovo podem ter reações severas mesmo com a ingestão de pequenas quantidades.

  • Frutos do mar: Camarões, camarões, lagostas e outros frutos do mar são causas conhecidas de alergias alimentares em crianças, podendo desencadear reações severas, como anafilaxia.

  • Amendoim e nozes: O amendoim é um alérgeno alimentar particularmente perigoso, pois pode provocar reações graves com pouco contato. O risco de anafilaxia é mais comum com alergias a nozes e amendoins.

  • Soja: Embora a soja seja uma fonte popular de proteína vegetal, algumas crianças podem ser alérgicas a ela. Essa alergia pode ser comum em bebês que são alimentados com fórmulas à base de soja.

A alergia alimentar pode se manifestar de diversas formas, como urticária, inchaço dos lábios ou da garganta, dificuldades respiratórias e até mesmo anafilaxia, que é uma reação alérgica grave que exige atendimento médico imediato.

4. Imunidade Desregulada e Doenças Autoimunes

O sistema imunológico das crianças está em desenvolvimento, o que pode torná-las mais suscetíveis a desequilíbrios no funcionamento do sistema imunológico. Em algumas situações, o sistema imunológico pode se “confundir” e reagir de maneira exagerada a substâncias inofensivas, desencadeando alergias. Além disso, condições como a dermatite atópica e a asma estão frequentemente associadas a disfunções imunológicas.

O conceito de “higiene”, que sugere que a exposição precoce a patógenos e infecções pode ajudar a prevenir doenças autoimunes e alergias, também tem sido debatido. De acordo com essa teoria, crianças que crescem em ambientes excessivamente limpos, com pouco contato com micróbios e bactérias, teriam mais chances de desenvolver reações alérgicas devido à falta de estímulos imunológicos normais.

5. Poluição e Mudanças Climáticas

A crescente poluição do ar e as mudanças climáticas têm um impacto direto no aumento das alergias respiratórias, especialmente em áreas urbanas. A exposição prolongada a poluentes como dióxido de nitrogênio, ozônio e partículas finas pode enfraquecer o sistema respiratório das crianças e aumentar a sensibilidade a alérgenos ambientais, como o pólen.

As mudanças climáticas também aumentam a concentração de certos alérgenos no ar, como o pólen. Além disso, o aumento da temperatura global pode estender as temporadas de polinização, o que intensifica a exposição das crianças a esses alérgenos.

6. Fatores Alimentares e Alergias a Medicamentos

Em relação à alimentação, é importante notar que algumas crianças podem desenvolver alergias a substâncias presentes em medicamentos. Medicamentos como antibióticos, especialmente a penicilina, e analgésicos, como a aspirina, são conhecidos por causar reações alérgicas em algumas crianças. Em alguns casos, a alergia pode ser leve, com sintomas como erupções cutâneas, mas em casos mais graves pode levar a dificuldades respiratórias ou choque anafilático.

Além disso, é essencial que os pais estejam atentos a qualquer reação adversa a novos alimentos ou medicamentos, especialmente em crianças pequenas, quando o sistema imunológico ainda está em formação.

7. Prevenção e Cuidados com as Alergias em Crianças

Embora nem todas as alergias possam ser evitadas, algumas medidas podem reduzir o risco de desenvolvimento dessas condições em crianças. Algumas dessas estratégias incluem:

  • Amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida: A amamentação oferece proteção imunológica ao bebê, ajudando a fortalecer o sistema imunológico e reduzir o risco de alergias alimentares.

  • Introdução gradual de alimentos: Quando começar a introdução alimentar, faça isso de maneira gradual, monitorando possíveis reações. Isso pode ajudar a identificar rapidamente se a criança tem algum tipo de alergia alimentar.

  • Manter um ambiente limpo e livre de alérgenos: Reduzir a exposição a ácaros, poeira e mofo no ambiente da criança pode minimizar o risco de alergias respiratórias. Usar filtros HEPA, manter o ambiente ventilado e evitar tapetes e cortinas pesadas são boas práticas.

  • Monitoramento regular: Consultas regulares com um pediatra ou alergista são essenciais para detectar possíveis alergias em crianças e intervir precocemente.

Conclusão

A alergia em crianças é uma condição multifatorial, onde a interação entre fatores genéticos e ambientais desempenha um papel crucial. Compreender as causas e os fatores de risco para o desenvolvimento de alergias é fundamental para implementar medidas preventivas eficazes. A identificação precoce das reações alérgicas, bem como o acompanhamento médico adequado, são essenciais para garantir a saúde e o bem-estar das crianças afetadas. Por fim, ao adotar práticas preventivas e educar os pais sobre os riscos de alergias, é possível oferecer um ambiente mais seguro e saudável para as crianças.

Botão Voltar ao Topo