O Filme “The World We Make”: Uma Reflexão Sobre Raça, Amor e Preconceito
The World We Make é um drama romântico dirigido por Brian Baugh, lançado em 2019 nos Estados Unidos. O longa, com uma duração de 108 minutos e classificação PG, é uma obra cinematográfica que aborda questões profundas de racismo, amor e os desafios sociais de uma pequena cidade americana. A história é centrada em dois jovens, um equestre e uma jogadora de futebol, que se apaixonam, mas enfrentam duras provas devido ao preconceito e tensões raciais em sua comunidade.
A Trama de “The World We Make”
O enredo de The World We Make gira em torno do relacionamento entre um jovem jogador de futebol local, interpretado por Caleb Castille, e uma equestre, interpretada por Rose Reid. Em meio a essa relação nascente, os personagens principais se veem forçados a confrontar as tensões raciais que permeiam sua pequena cidade, revelando um conflito interno e externo que, de maneira sutil, reflete as realidades de muitas comunidades que ainda lidam com questões de discriminação racial.
A história se passa em uma pequena cidade dos Estados Unidos, onde a vida tranquila das pessoas é marcada por velhas tradições e, muitas vezes, pela resistência a mudanças, especialmente no que diz respeito à convivência inter-racial. A relação de amor que surge entre os protagonistas é posta à prova à medida que eles tentam lidar com as pressões externas e as tensões provocadas pelo preconceito que ainda existe nas suas famílias, amigos e na comunidade em geral.
O filme traz à tona questões complexas de identidade, pertencimento e aceitação, com um foco claro na maneira como o preconceito racial pode afetar a vida dos indivíduos de forma direta e dolorosa. A trama não só explora a beleza e a intensidade de um primeiro amor, mas também denuncia o impacto destrutivo das divisões raciais nas pequenas comunidades.
Personagens e suas Desafios Pessoais
Os protagonistas, ambos jovens, têm suas próprias histórias de vida e desafios. A personagem de Rose Reid, uma talentosa equestre, carrega com ela a expectativa de ser bem-sucedida em um mundo predominantemente masculino e muitas vezes fechado para mulheres, especialmente negras, em atividades como a equitação. Sua relação com Caleb Castille, um jogador de futebol, cria um dilema emocional e social, pois, ao se apaixonarem, ambos têm de lidar com as expectativas de suas famílias e da sociedade.
O personagem de Caleb, um jogador de futebol, também enfrenta seus próprios dilemas. Embora o esporte o tenha tornado uma figura popular na comunidade, ele não está imune ao racismo que permeia seu cotidiano. O fato de se apaixonar por uma jovem de uma raça diferente coloca sua posição em risco e o leva a questionar sua identidade, seus valores e o futuro de sua relação.
Outro ponto importante do filme é o papel do contexto familiar e comunitário, onde as tensões raciais muitas vezes são normalizadas e até incentivadas, desafiando os jovens a se oporem a essas normas em nome do amor e da aceitação. A presença de Gregory Alan Williams, como um dos personagens importantes da trama, reforça a ideia de que, por mais que o amor possa ser genuíno, as barreiras sociais e culturais são difíceis de superar.
Racismo e Tensão Social
O maior desafio enfrentado pelos protagonistas é a resistência ao relacionamento interracial em um contexto de forte segregação social e racial. O filme aborda a realidade de como o racismo ainda se infiltra de maneira velada em várias camadas da sociedade, afetando diretamente as relações humanas. A pequena cidade onde a história se desenrola representa uma microcultura de preconceito, onde atitudes discriminatórias são muitas vezes ignoradas ou justificadas por gerações anteriores.
O romance entre os protagonistas não é apenas um desafio para eles, mas também para suas famílias e a comunidade como um todo. As reações de repulsa e desconfiança que eles enfrentam deixam claro que, mesmo em tempos modernos, a mudança de mentalidade pode ser um processo lento e difícil. O filme reflete, assim, a luta contínua por igualdade e aceitação, um tema universal que ecoa com as atuais questões de direitos civis e justiça social em várias partes do mundo.
Amor e Crescimento Pessoal
No entanto, The World We Make não é apenas uma história sobre racismo; é também uma história de amor jovem, de aprendizado e crescimento pessoal. O relacionamento entre os protagonistas, apesar dos desafios externos, mostra como o amor pode ser uma força transformadora na vida de jovens que ainda estão descobrindo quem são e o que representam.
O amor entre os dois jovens vai além das barreiras raciais, propondo uma visão mais inclusiva e acolhedora das relações interpessoais. Apesar de todas as dificuldades, o filme sugere que a união entre pessoas de diferentes origens é possível, se houver compreensão mútua e disposição para superar as diferenças. Esse elemento central no filme é especialmente importante, pois, ao lado da crítica social, The World We Make também é um testemunho da capacidade humana de empatia e amor genuíno, mesmo em face das adversidades.
Aspectos Cinematográficos e Performance
A direção de Brian Baugh é cuidadosa e sensível ao tratar dos temas complexos de sua obra. Ele constrói a narrativa de forma que os personagens não sejam apenas símbolos de suas condições sociais ou raciais, mas indivíduos com sentimentos, desejos e medos próprios. A interação entre os personagens principais é convincente, com performances de Caleb Castille e Rose Reid que capturam a essência do jovem amor e a luta por identidade e aceitação.
A cinematografia do filme é simples, mas eficaz. O ambiente da cidade pequena, com suas paisagens tranquilas e casas típicas, serve como pano de fundo para a tensão crescente que se desenvolve ao longo da trama. A música também desempenha um papel importante, ajudando a estabelecer o tom emocional de várias cenas, especialmente nas mais dramáticas.
Conclusão
The World We Make é uma reflexão poderosa sobre as realidades do racismo, do amor e dos desafios enfrentados por jovens em um mundo dividido. Ao abordar temas como a segregação racial, a aceitação de relacionamentos interraciais e o papel da comunidade na formação das atitudes sociais, o filme oferece uma visão relevante sobre como as mudanças podem ser alcançadas, tanto em nível pessoal quanto coletivo.
No fim, a obra deixa uma mensagem de esperança, sugerindo que, apesar das dificuldades, a verdadeira mudança começa no coração de cada indivíduo, e que a luta por um mundo mais justo e igualitário é um processo contínuo que envolve a todos. The World We Make não é apenas um romance, mas uma chamada à ação para transformar a sociedade e as relações humanas, reconhecendo e desafiando as barreiras do preconceito.