Exames médicos

Análise de Albumina Sérica

Análise de Albumina

A albumina, uma das proteínas mais abundantes no plasma sanguíneo, desempenha um papel crucial na manutenção da pressão oncótica e no transporte de várias substâncias pelo corpo. Sua análise é essencial em diversos contextos clínicos, incluindo a avaliação do estado nutricional, a detecção de doenças hepáticas e renais, e o monitoramento de condições crônicas.

Estrutura e Funções da Albumina

A albumina é uma proteína globular, solúvel em água, que consiste em uma cadeia polipeptídica única de aproximadamente 585 aminoácidos. É sintetizada no fígado e liberada diretamente na corrente sanguínea. Entre suas funções primordiais, destaca-se a manutenção da pressão oncótica, que é vital para a regulação do equilíbrio de fluidos entre os vasos sanguíneos e os tecidos. Além disso, a albumina atua como uma proteína transportadora para uma variedade de substâncias, incluindo ácidos graxos, hormônios, bilirrubina, íons metálicos, e diversas drogas. Esta capacidade de ligação diversificada é atribuída à sua estrutura flexível e à presença de múltiplos sítios de ligação.

Importância Clínica da Albumina

A dosagem de albumina no soro é uma prática comum em exames laboratoriais devido à sua relevância clínica. Valores normais de albumina sérica variam entre 3,5 e 5,0 g/dL. Níveis reduzidos de albumina, condição conhecida como hipoalbuminemia, podem indicar várias condições médicas, incluindo:

  1. Doenças Hepáticas: O fígado é responsável pela síntese de albumina. Portanto, doenças que comprometem a função hepática, como cirrose e hepatite, podem resultar em produção insuficiente de albumina.

  2. Doenças Renais: A albumina é normalmente retida pelos glomérulos renais. Em condições como a síndrome nefrótica, há perda excessiva de albumina na urina, levando à hipoalbuminemia.

  3. Desnutrição: A síntese de albumina depende da disponibilidade de aminoácidos provenientes da dieta. Deficiências nutricionais severas podem resultar em produção reduzida de albumina.

  4. Inflamações e Infecções Crônicas: Doenças inflamatórias crônicas podem reduzir os níveis de albumina devido ao aumento da permeabilidade capilar e à redistribuição de albumina para o espaço extravascular.

Métodos de Análise

Existem diversos métodos para a medição dos níveis de albumina no sangue. Os mais comuns incluem:

  • Método de Bromocresol Green (BCG): Este é um dos métodos mais amplamente utilizados em laboratórios clínicos. O corante bromocresol green se liga à albumina, formando um complexo que pode ser quantificado espectrofotometricamente. Este método é rápido, relativamente barato e bastante preciso, embora possa sofrer interferências em amostras com altas concentrações de outras proteínas.

  • Método de Bromocresol Purple (BCP): Semelhante ao BCG, este método utiliza o corante bromocresol purple, que tem maior especificidade para a albumina e é menos susceptível a interferências.

  • Eletroforese: Este método permite a separação de proteínas séricas em frações distintas, facilitando a quantificação específica da albumina. Embora seja mais demorado e laborioso, é útil para a detecção de anomalias na distribuição de proteínas séricas.

  • Imunoensaios: Técnicas como ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) utilizam anticorpos específicos para a albumina, permitindo uma medição altamente específica e sensível. Estes métodos são particularmente úteis em situações onde a precisão é crucial.

Interpretação dos Resultados

A interpretação dos níveis de albumina deve ser realizada no contexto clínico do paciente. Níveis baixos de albumina podem ser indicativos de uma série de condições, como mencionado anteriormente. Além disso, a albumina também pode estar reduzida em casos de síndrome de má absorção, que afeta a capacidade do corpo de absorver nutrientes essenciais do trato gastrointestinal.

Por outro lado, níveis elevados de albumina, embora menos comuns, podem ocorrer em situações de desidratação severa, onde a concentração de albumina aumenta devido à redução do volume plasmático. No entanto, tais situações são frequentemente acompanhadas por outros sinais clínicos de desidratação.

Relevância na Monitorização de Doenças Crônicas

A monitorização dos níveis de albumina é particularmente relevante em pacientes com doenças crônicas. Em pacientes com doença renal crônica, por exemplo, a albumina sérica é frequentemente monitorada para avaliar a progressão da doença e a eficácia do tratamento. A albuminúria, ou presença de albumina na urina, é um marcador precoce de dano renal e é frequentemente usada em conjunto com a albumina sérica para uma avaliação mais completa da função renal.

Em pacientes com doenças hepáticas crônicas, os níveis de albumina são um indicador importante da capacidade funcional do fígado. A albumina sérica é frequentemente incluída em índices prognósticos, como o escore MELD (Model for End-Stage Liver Disease), que é utilizado para priorizar pacientes para transplante hepático.

Albumina na Terapia Intravenosa

A albumina humana também é utilizada terapeuticamente em algumas situações clínicas. A albumina intravenosa pode ser administrada para tratar condições como choque hipovolêmico, síndrome hepatorrenal, e na reposição de volume em pacientes que receberam grandes volumes de fluidos cristalóides sem melhora adequada na hemodinâmica.

Existem diferentes concentrações de soluções de albumina disponíveis para uso clínico, geralmente 5% ou 25%. A escolha da concentração depende da condição específica do paciente e do objetivo terapêutico.

Considerações Finais

A análise da albumina é um componente vital da avaliação laboratorial em muitas condições médicas. Sua medição fornece informações valiosas sobre o estado nutricional, função hepática e renal, e a presença de inflamação ou infecção. Com uma variedade de métodos disponíveis para a medição, desde técnicas rápidas e econômicas até métodos altamente específicos, os níveis de albumina podem ser monitorados com precisão em diversos contextos clínicos.

Além disso, a utilização terapêutica da albumina destaca sua importância além do papel diagnóstico, oferecendo uma opção de tratamento em situações onde a manutenção da pressão oncótica e a reposição de proteínas são cruciais para a recuperação do paciente. Portanto, a albumina continua a ser uma ferramenta essencial na prática médica, tanto como biomarcador quanto como agente terapêutico.

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